T R A N S I ÇÃO

T R A N S I ÇÃO
Uitonius, um amigo de Júpiter.

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Novamente com eles - I - Post 130

Dia 03 de Agosto.
Acordei antes da hora de costume. Ansioso e excitado.
Disse a minha mulher que não almoçaria em casa; não me esperasse. 

Como da primeira vez, fui ao local determinado e, o torpor me envolveu, fazendo-me sair do corpo físico , então, vi-me em uma nave. Esta, de agora,  era uma daquelas que só vira no hangar da Segurança, formato ovoides de prateado opaco. Contudo, para minha alegria, Flamínio era quem a comandava. Ele e três donutos. 


Fiquei alguns segundos a olhá-lo e, enfim sorri. Minha vontade era abraçá-lo, porém me lembrei que eu estava apenas com minha aparência perispiritual , meu corpo físico permanecia na Terra; eu era o que os místicos chamam de "corpo fluídico" e Flamínio, encarnado, não poderíamos interagir a não ser que eu tomasse de fluidos que me dessem uma forma-envoltória de materialidade, ou seja, uma materialização externa; e foi isso que Flamínio, tal qual a outra vez, providenciou. 


Nesta nova forma fenomênica, poderia tatear a matéria e até abraçá-lo. E assim o fiz.
Os donutos, só então após esta materialização, conseguiam me visualizar. Esboçaram alegria e eu retribui com largo sorriso.


Então perguntei a Flamínio: Voltamos à Segurança?
Ele sorriu e prontamente respondeu:
-Não, Gui, estamos à caminho de Júpiter.
-Não sei dos planos de Uitonius em sua totalidade, mas agora, você está indo para um evento de real importância, em Júpiter. Assim Uitonius decidiu!


-Júpiter?
-Sim, Júpiter; uma reunião organizada por Sócrates que terá como tema, os destinos da Terra.


-Senti-me estremecer


-Dentro de instantes estaremos na atmosfera de Júpiter. Neste envelope que nos serve, nada mais que alguns minutos.
-E o que é "envelope"?
Ele deu um pequeno sorriso e esclareceu-me: - São as dobras do tempo, os buracos das minhocas, como o ciência da Terra imagina; para nós é a possibilidade que as energias nos oferecem, atendendo à nossa vontade. A utilização da energia quântica positiva, que entendeis por matéria escura ou negra. 
-Sobre isso, Furlan, brevemente te falará com mais propriedades.


Em instantes, pelo grande visor da nave, pude observar aquele gigantesco e admirável Orbe.


-E eu estarei ... (nem terminei)
-Sim, com encarnados de vários mundos e com materializados, como estás, de tantos outros.


Tentei demonstrar uma naturalidade, mas, só eu sei como me sentia, a angústia que me envolvia.


Fiquei pensativo e, então arrisquei perguntar: - Você não poderia me antecipar alguma coisa?


-Nada mais do que todos sabemos; a população da Terra encarnada já atingiu os sete bilhões de seres. Isso significa que mais da metade destes Espíritos encarnaram como uma última oportunidade de regeneração. Foi a chamada aos trabalhadores da "ultima hora", e, infelizmente a grande maioria não correspondeu ao chamado. 
Não creia que os grandes culpados sejam os miseráveis que morrem por falta da água e do pão; dos jovens viciados nas drogas mortíferas; dos soldados que caem abatidos em campos de batalhas em terras que nem sequer imaginavam existir; estes todos representam, aproximadamente 2/3 da população mundial. Necessário, é considerar que eles são frutos de árvores contaminadas; Homens que os dirigem, os viciam, os utilizam como instrumentos de suas guerras; homens prepotentes, egoístas e corruptos que os exploram na política da promiscuidade e do desalento.
Temos, hoje, na Terra, três bilhões e quinhentas mil almas encarnadas que destoam com o planejamento estabelecido para a Grande Transição. e, saiba, que estes já tiveram inúmeras oportunidades e serão, inexoravelmente, transferidos para mundos inferiores, para novo recomeço. 



Perplexo, questionei, buscando maiores informações:
-E isso  ocorrerá agora?
-Já se iniciou ... Marius o decretou!
-Este número de seres terão desencarne ... de que maneira?
-Gui, considere que este número é apenas dos que, neste momento estão encarnados; Se considerarmos os que estão na erraticidade (desencarnados) o número atinge os seis bilhões; e, quanto ao processo que esperas, uma resposta de "como" e "quando", isso será revelado e discutido nesta reunião para a qual nos dirigimos.


Senti um calafrio ou uma tristeza ... não sei definir.


Flamínio, percebendo a minha angústia, falou-me em tom amoroso: 

-Meu Gui, em pretérito não tão longe da tua longa existência, fostes um dia também um exilado neste planeta que abraçastes por nova morada. Em um processo, tal qual ocorre, agora na Terra; não atendestes à "ultima hora" que te convocou ao bem, e, aqui, após o suor, o ódio, as dores e as lágrimas te rendestes à Lei Divina. 
-Estes que se vão em período relativo, por certo, um dia, também dobrarão seus joelhos à Lei Natural, ao Deus de toda a criação. 


-As grandes partidas coletivas não têm somente por objetivo ativar as saídas, mas transformar mais rapidamente o espírito da massa, desembaraçando-a das más influências e dando mais ascendências às idéias novas. (*)


-A Terra, entende bem, não deve ser transformada por um cataclismo que aniquilaria subitamente uma geração. A geração atual desaparecerá gradualmente, e a nova lhe sucederá do mesmo modo, sem que nada seja mudado na ordem natural das coisas. Entendamos que se cessaram as oportunidades e estes Espíritos que mantiveram sucessivas encarnações em múltiplas oportunidades para suas melhorias, não mais as terão na Terra. Contudo, poderão ocorrer grandes partidas motivadas por cataclismos e lutas armadas; nada está descartado e mesmo por endemias viróticas.


Pelo grande visor observava Júpiter. Suas edificações por entre nuvens rosáceas. A vegetação que preenchia  a atmosfera. Naves de pequeno porte rasgavam os céus em um Ballet de cores e sintonias.  



A nave, vagarosamente aportava em local acima de grande edifício. Poderíamos chamar de nave-porto ... por que não?


Já quase tocando o solo, percebi, pelo grande visor, a presença de diversos amigos que me esperavam; consegui identificar, Peônia, Percy, Coutos, Accioli, Belmonte e Fúlvia, entre muitos outros. 


E pensei: Eis-me de volta!


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Abraçamo-nos todos. 
Como é bom rever amigos!
Belmonte fez questão de hospedar-me. Clarice, sua companheira era pesquisadora de ligas metálicas. Tinha um filho, um rapazinho de, aproximadamente, cinco dos nossos anos. Parecia ter uns dezoito, em comparação com os nossos. Era um técnico em nano-combustíveis (imaginem, com apenas 5 anos).
A residência se situava na parte leste da cidade flutuante. Tinha um pomar e muita vegetação; flores variadas e frutos exóticos. Infelizmente não pude prová-los pela condição da falta do corpo físico.
Uma grande sala em mármore rósea com móveis harmoniosos de materiais aveludados, davam ao ambiente um bem estar indescritível.
-Gui, hoje quando a violeta cobrir os céus estaremos todos na grande reunião para elaborarmos os planos decisivos ao destino da Terra.
Eu, confortavelmente sentado em um majestoso sofá tive vontade de fazer inúmeras perguntas, mas, calado continuei e apenas esbocei pequeno sorriso.
-Vinícius virá e, com Sócrates estabelecerão as questões e debates.
Fúlvia, percebendo a minha notável ignorância sobre os detalhes do assunto, prontamente iniciou um esclarecimento, superficial.


-Gui, falou-me tranquilamente. As migrações, são inexoráveis. Tantos para os que partem para mundos inferiores, compatíveis com estágios evolucionários que estejam, como imigrantes que, por méritos venham somar esforços em nova fase terrestre que já se prenuncia.
Assim, já ocorreu em outras eras, na Terra, como vivenciamos, esta nova.


-Você está me dizendo que já tivemos um outro... (fiquei sem definição para expressar-me).
-Sim, Gui, há aproximadamente 12 milênios; você deve ter ouvido falar em Atlantis ou Atlândida, não é mesmo? Não só por Platão como por diversos historiadores que a partir da fase Humanista passaram a dar mais créditos ao que muitos consideram, apenas, mitos.
-E, me diga, então a Atlântida existiu?
-Por certo que sim, era uma grande ilha com proporções continentais e, os gregos a denominaram de Atlântida (filha de Atlas), mas seu nome real era Atalieskkis. Território dividido em cinco reinos que respondiam ao poder central em Miros. Prolífica em ouro, prata, cobre e ferro e, também o oricalco, um metal que brilhava como o fogo, muito utilizado em nossas naves, em abundância em Urano.
Há 9000 anos da atual era, um cometa colidiu com a Terra, destruindo, em virtude de terremotos e maremotos o próspero continente/ilha. 


-Atlantis era toda canalizada, pontes magníficas uniam os arquipélagos que formavam o conjunto; a astronomia era mais avançada do que a atual da Terra. Possuíam naves de pequeno porte e a tecnologia e a ciência avançadíssimas. Desta forma previram o desastre que se esboçava e, antes do evento, rumaram para várias parte. Os escravos (povo líbio) foram colocados em embarcações e vieram povoar as Américas. Desembarcaram no México (atual) e se espalharam; a realeza (sim, pois haviam reis de territórios e o grande Soberano em Miros, foram em naves para a Índia e China (nomes atuais), dando início às primeiras dinastias com seus descendentes, e, já, os intelectuais e cientistas, por unanimidade, aportaram suas naus no Delta do Nilo e, com seus conhecimentos e virtuais preconceitos e racismos, foram os artífices da civilização egípcia.


A população de Atlantis (incluindo os escravos) era de, aproximadamente 240 milhões de habitantes e, deste montante, com a retirada desenfreada, sobreviveram e chegaram aos seus destinos, pouco mais da metade. É o que alguns chamam de raça ariana.


-Foram os dominadores do mundo, daquela época. Conheciam os armamentos modernos e por alguns eram considerados deuses.


-À titulo de ilustração poderia citar o exemplo do que se sucedeu na África: Eram considerados divindades pelos primatas africanos; tanto que criou-se a mitologia africana em cima do que viam e vivenciavam. Os ogulames eram como eram conhecidos a milícia dos egípcios, o que originou o orixá (divindade africana) do Senhor da guerras, Ogum; Xangocaouto era o sumo sacerdote que vivia mais ao oriente de Pusitila (capital do novo império), era o sábio e tinha a palavra decisiva em todas as questões, e foi o arquétipo do orixá Xangô; Oxuma eram as embarcações que rasgavam o Nilo, trazendo víveres e especiarias e passou a figurar a  matriarca de Oxum; Malexu eram os mensageiros reais, respeitáveis e temidos, fanfarrões e bebedores e, deles se criou os Exus, e assim, outros tantos foram criados com raízes em personagens do dia a dia daquela civilização. 



Eu estava encantado. Entendia, somente agora, que tudo tem uma razão de ser.


O tempo passava e Belmont advertiu:- Precisamos nos preparar, a hora não espera pelos atrasados!


Tomamos a nave particular de Belmont e voamos para o grande e majestoso Centro de Convenções.


O céu parecia tomar uma tonalidade violácea contrastando com as ramagens e flores que pareciam cair do céu. Ouvíamos uma sinfonia delicada que não me atrevi a perguntar a origem.


Como o Capitólio Romanos, porém de, pelos menos, 50 vezes maior e com tonalidade verde-água,
avistamos, por fim o Centro de Convenções. Edificações menores o rodeavam, todas ao estilo greco-romano. Senti-me em um sonho!

CONTINUA

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