T R A N S I ÇÃO

T R A N S I ÇÃO
Uitonius, um amigo de Júpiter.

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Fulvia... Fulvia. Post 133

Fúlvia foi logo me dizendo que tirara uns dias de folga e eu percebi que a minha amiguinha tinha a intenção de me fazer companhia. 
Afinal, fôramos parceiros e amantes em vidas passadas; criamos um vínculo d'almas que supera todas as possibilidades de amor carnal. O espiritual.


Fúlvia convidou-me à uma visita à Crosta;. à Africa, precisamente.
Local em que marcou diversas passagens de suas existência na Terra.


Solicitou uma pequena nave, daquelas transparentes para, no máximo quatro passageiros, e, ela mesmo dirigindo, lá fomos, adentrando no planeta azul. O sol se escondia e seus tênues raios nos embriagavam de emoções e encantamentos. 

Ela pousou em um pequemo descampado e eu me atemorize

-Não receie Gui, não desembarcaremos. Quero apenas rever estas campinas em que um dia, ainda menina, corria e cantarolava músicas da minha gente. 
Ela ficou ali por alguns minutos e chorou. 
Eu Quiz abraçá-la e confortá-la, contudo fiquei estático;.

Depois fomos ao local onde é a Somália, a Etiópia e o Sudão. Vimos homens famintos, mulheres rasgando os seios para que seus filhos lhes sugassem o sangue. As crianças esquálidas, de pele e ossos com olhos esbugalhados implorando água e pão.

Choramos, os dois. 

Vimos, também, em palácios, homens comercializando pedras e óleo.
Vimos as doenças, já erradicadas nos países prósperos, alastrarem-se vitimando os esquecidos.

-Esta foi minha morada, Gui. Um dia eu estive do lado de lá e aprendi, do lado de cá.
-Todos aqui aprendem. Ninguém sofre uma dor, que seja, se não for merecida.

Imaginei o que teriam feito todos aqueles infelizes em seus pretéritos.

-Saiba Gui, sou voluntária, para em futuro próximo, encarnar-me, novamente na Terra, e nestas plagas realizar uma parcela contribuitiva. Não sei de que espécie ou de que forma, mas isso não me importa; sei que tenho alguma dívida de resgate ou de amor para com este povo sofrido.

Aquela mulher me impressionava. Admirava-a tanto que, em um dia destes, chamei-a de "meu amor". Ela roseou-se e eu arrependi-me do ímpeto. Sabíamos o que sentíamos, e isso bastava.





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