Rubius, Janeiro, 01- 2013
Todos nos reunimos no grande salão de conferências; aproximadamente três mil, entre encarnados e desencarnados. Aguardávamos a presença de Sócrates, nosso mentor e dirigente dos nossos trabalhos.
Sentia muita falta das notícias que jamais dispensei aos meus leitores, mas, por orientações recebidas, assim teria que ser.
Olhava para aqueles companheiros que um dia marcaram conquistas nos campos da literatura, das artes, da ciência, da astronomia, da filosofia e da abnegação ao altruísmo e me sentia, de certa forma, aquém de tanta magnificência.
Quanto Sócrates, acompanhado de Platão e de Uitonius, adentrou ao recinto, fez-se um silêncio total; como que magnetizados, todos nos fixamos naqueles companheiros admiráveis.
Sócrates, sem rodeios, falou-nos da etapa cumprida que daria início aos novos desafios. Meses de preparação, estudos e planejamentos era o aparato de atividades que caberia a cada um.
Todos nós, deste grupo e de inúmeros outros que se sediavam em outros Orbes ou em centros de estudos como o instalado em Rúbius, recebiam, de igual maneira, idênticas comunicações: O início de encarnações em massa, na Crosta, já, ´pelos desencarnados e em prazos de até cinco anos pelos que ainda estivessem, como eu, preso à carne.
De igual forma, em contrapartida, o desencarne daqueles que não souberam honrar os compromissos com a Lei Natural, também -em número infinitamente maior- seria acelerado.
Este processo já se iniciara, de forma não tão abrangente há alguns anos, contudo, eis que a hora da "seleção" se tornara fatídica.
Uitonius, em particular, orientou-me à essa revelação, sem que mencionasse os processos e formas que culminariam com o inexorável desiderato da Providência da Lei das evoluções.
Imigrações e Emigrações.
A separação dos cabritos das ovelhas; o joio do trigo.
