A nave prateada que me trouxera estava pronta para levar-me de volta.
-Uitonius, perguntei, eu tenho necessidade de um transporte? Eu, sem corpo físico não poderia voltar, do mesmo modo que nós saímos pelo espaço, apenas com o corpo fluídico?
-Claro que sim, contudo o faremos, levando-te até o ponto energético do Farol da Barra e, aí então, retornarás à teu corpo físico, e, isso porque não estás harmonizado com o processo das "saidas" conscientes e isso poderia perturbar-te, pois apenas tens intimidade quando deixas o corpo pelo processo do sono fisiológico.
Abracei a todos os novos amigos com aquele corpo fluídico que, momentaneamente, me concedia a ilusão e as condições de tangibilidade.
-Estaremos sempre por perto! -estas foram as últimas palavras de Uitonius; eu emocionado apenas sorri.
Flaminio e seu fiel Fronius me aguardavam na porta da nave. Subindo a pequena rampa de acesso, olhei e vi o aceno de Fúlvia.
Deixamos a Grande Nave Esperança rumo a crosta, e isso não demorou mais que uns poucos minutos. Então vi a baia de Santos e, neste instante, Flaminio se aproximou e com, apenas um leve toque sobre o corpo materializado que se fizera, em minha vinda, o desfez.
Vi meu corpo, ainda, tal como sou, mas sem tangibilidade. Apenas o meu perispírito, pronto para assumir o corpo que em um automóvel permanecia desfalecido.
Ele me sorriu, Fronius expressou um contentamento de felicidade e eu fechei meus olhos.
Então, senti os olhos ardendo e os esfreguei. O sol estava forte e o interior do carro, muito quente; eu estava encarnado, novamente; de volta a vida em matéria.
Lembrei-me que alguém disse que todas as noites morremos e renascemos, pois o Espírito deixa o envoltório material quando o corpo abraça o sono fisiológico.
Olhei para meu relógio que permanecera em meu punho e, percebi que se passaram, não mais do que vinte minutos. Uitonius me alertara sobre a curva do tempo e, por isso não me impressionei.
Ficara a promessa de novos contatos mediúnicos com Uitonius e outros. Eu os aguardaria com grande expectativa, afinal eu teria muito que postar no meu Blog e necessitaria de orientações complementares.
Voltei para casa e todos me olharam sorridentes e sarcásticos: -Então, Uitonius não veio? -E o OVNI não apareceu? ... coisas deste tipo que falamos quando tratamos com um neurótico!
Eu era outra pessoa. Tinha o que dizer e contar. Revelar, também, por que não?
Alguns dirão que as sombras falam e que lá fora não há nada; presos, ainda ao Mito da Caverna.
Continuarei a postar, tudo que vi e aprendi. Essa foi a finalidade de tudo, para que eu fizesse.
Nada será dito que não possa ser dito ainda, pois estaríamos infringindo a lei Natural da evolução em que o ser deve evoluir e conhecer-se através de seus esforços; mas, sobre o que há, fora do muro que separa o ser da caverna e a vida que nos espera do lado de fora, isso sim, será dito!
A todos que seguiram, nesta primeira parte, as postagens deste Blog, meus agradecimentos e espero que, juntos, continuemos o Grande Aprendizado.
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E como disse J. Heculano Pires: "... o sobrenatural tornou-se natural. Tudo se reduziu à uma questão de conhecimento das leis que regem o Universo."
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