T R A N S I ÇÃO

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Uitonius, um amigo de Júpiter.

sexta-feira, 22 de abril de 2011

Peônia e Perci -Post 100

Uitonius pediu-me licença para deixar-me por algumas horas (horas de minha referência) eu acho e, para que me mantivesse ocupado, requisitou de um jovem, dispensar-me companhia.

Era Perci, um simpático rapaz com jeito de surfista carioca; alto, louro e parecia queimado pelo sol, e fazia-se acompanhar duma linda mocinha com feições de chinesa ou japonesa (eu nunca sei distinguir as chinesas, japonesas ou coreanas), para mim é tudo igual. Era Peônia.

Ele se apresentou-se e sua linda companhia; haviam contraido um enlace matrimonial há poucos dias (Eu usei este nome de enlace matrimonial por falta de tradução para as nossas líguas), porque na verdade eles se apaixonaram e se juntaram com uma pequena festividade em família.

-Vocês se conheceram aqui, na Segurança?

-Sim, estamos em treinamento de graduação na área na nanofísica quântica e madicina.

-Vocês chegaram há pouco tempo, imagino!

-Estamos em final de curso e pretendemos continuar efetivados; a você da Terra, eu diria que estamos por aqui já há doze anos.

Me surpreendi! 

-Então vocês vieram para cá meninos, ainda?

Ele riu ... ela riu.

-Pelos calendários da Terra eu tenho, já 22 anos, disse-me ela; e ele, meu amado companheiro tem 23. Com, pouco mais de 11 já fazemos cursos superiores.

Vocês parecem crianças; as mulheres da Terra vão ficar curiosas com suas dietas.

Todos rimos. Pela primeira vez eu testava o senso de humor dos nossos irmãos de outros planetas.

Tanto um quanto o outro tiveram suas origens na Terra; ela sempre dedicada à Medicina foi uma abnegada cientista com grande influência no desenvolvimento de vacinas. Já ele, foi um homem virtuoso que muito fez pelos persas. Sua última encarnação se deu, já no Irã, e, em  Teerã manteve ajuda humanitária à desabrigados nas épocas das ditaduras. Formado em Medicina, na França, levou ao seu povo o atendimento à todas as classes oprimidas e foi, por isso banido da sociedade do Xá. Refugiou-se nas montanhas e, lá, recebia viajantes de todos os cantos para assistência médica. Morreu aos 38 anos de vida, assassinado durante a monarquia do Pahlavi (1958)  e sua alma veio diretamente para Júpiter.


Ela  sempre teve suas raizes no Japão e se destacou em pesquisas na Universidade de Tóquio.

Eu me emocionei com suas histórias que não foram contadas por eles mas por um grande amigo e admirador do casal, Belmonte, um poeta que mantemos contato, desde então.

Soube, também, que solicitaram  um desencarne em alguns anos para que possam voltar a Terra como missionários, atuando no campo das ciências médicas, naquela região do Oriente Médio. 

Passei momentos agradáveis com os dois e recebi a promessa de pensamentos. Eu nunca ouvira nenhuma referência a "pensamentos" e, só, bem mais tarde o novo amigo Belmonte comentou o significado: -Promessas de pensamentos são contatos através da mente. Você não utilizam as cartas, os e mails, ... alguns de nós, o pensamento, entende?
-Um belo dia, você se lembrará dois dois; eles estarão sorrindo e te abraçando. Você se sentirá feliz pela lembrança e retribuirá com teus sentimentos de amor. Estarás recebendo e enviando pensamentos que levados pelos fluidos, chegam ao destino.

Saudades de Perci, Peônia e Belmonte.




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