T R A N S I ÇÃO

T R A N S I ÇÃO
Uitonius, um amigo de Júpiter.

domingo, 24 de abril de 2011

Peônia e Perci e o OVNI -Post 102

Ainda com o casal, novos amigos que fizera em Segurança, surpreendi-me com o convite que Perci me  me fazia sem que suspeitasse que estaria programado por Uitonius.

Amigo Gui, gostaria de fazer um passeio em uma nave de pequeno porte sobre a Terra?

-Eu fui tomado pelo fator "surpresa" e nem sabia o que falar.

-Você quer dizer, um passeio em uma nave, destas que alguns dizem avistar na Terra?

-Sim, uma destas que tanto se exploram imagens e relatos de avistamento.

-Mas, é claro que quero. Seria uma do tipo daquela que me trouxe à Segurança?

-Um pouco menor; um tipo para incursões de reconhecimento.

Voltamos para o hangar e nos dirigimos a uma pequena nave, tipo daquelas que vi em Júpiter, rodando pelos céus da cidade alta. Éramos aguardados e a nave já estava em frente ao local que serviria de saida da Segurança.

Ela era toda transparente, parecia feita de vidro ou cristal, contudo Perci me informou que era uma liga metálica de grande resistência e que eu não me preocupasse com o fato.

Deixamos a Grande Nave Segurança e em segundos entrávamos na atmosfera terrestre sem qualquer impacto gravitacional.

O interior da nave tinha quatro assentos anatômicos, um painel de controle que, nem de perto me pareceu tão complicado como os dos nossos modernos aviões. A porta que penetramos para o interior da nave se fechara sem deixar vestígios de onde se abrira.

Voávamos a uma velocidade que era imprimida por um controle que Perci colocara à cabeça, tal qual uma coroa metálica, relatada em postagem sobre a nave que embarcara com destino à Segurança. Haviam, também, controles manuais que permitiam paradas no espaço, evoluções de variadas modalidades e outros, ainda que não perguntei para que serviam, afinal eu estava ali para observar a Terra, de perto e não para pesquisar tecnologias.

-Estamos sobre os EUA, veja, ali aquela enorme cidade, Nova Iorque.

-As ruas tomadas de homens, mulheres em um vai e vem, tal qual um formigueiro; carros apressados em todos os sentidos, viadutos, a grande ponte ligando a ilha famosa ao continente; planamos sobre alguns monumentos e o Parque Central.

-Estamos sendo vistos? 

-Não, estamos envolvidos em fluidos que nos invisibiliza.

-Mas se você quiser podemos reverter este processo e nos tornar visíveis, perguntei?

-Por certo que sim; se houvesse necessidade específica, isso poderia ser feito, mas, com este tipo de nave em que estamos eu creio nunca ter acontecido.

Em alguns minutos ele me apontou o Brasil; passamos pelo Rio de Janeiro e ele fez questão de ir vagarosamente sobre a minha querida Santos.

-Passamos pelo norte da África que marcava o início de uma série de conflitos; vimos por lá, países em total abandono e descaso dos poderosos e ricos; sobre o Japão, Perci apontou-me o litoral em que, dentro de alguns dias teríamos uma catástrofe com consequências danosas ao Pais.

-Vimos a India, um emergente com uma miséria incalculável fora da circunscrição das metrópoles.

-O Paquistão e o Afeganistão me tocaram profundamente; homens e mulheres andando, sorrateiros pela vielas com o medo estampado em seus olhos, com a paz roubada pelos terroristas.

Estou citando, apenas alguns, dos muitos que visitamos e que mais me chamaram a atenção.

No Oriente Médio eu vi cidades suntuosas e vilas paupérrimas; vi a ostentação de uns e a fome e o abandono de outros; vi homens e mulheres dançando e vi mutilados pela bombas; vi homens orando e homens blasfemando; vi homens que buscavam a paz e outros que viviam pelo ódio das guerras. Vi homens invadindo a terra de outros homens com a ameaça das bombas. Vi, enfim, muita subjugação e lobos com peles de cordeiros

Na Europa -civilizada, como eles se auto-proclamam- eu vi os homens afoitos em busca do sustento e do status, tal qual na América do Norte. Cada um contando os próprios dedos da mãos, pois sentem que são poucos, ainda, para segurar tudo que querem. 

Vi, enfim, homens sobre tapetes vermelhos e outros, descalço sobre pedregulhos.

-Vê Gui - falou-me Perci- é como já te foi dito: "A seara é imensa"

-As desigualdades, a concentração de riquezas, a discriminação, o egoísmo, a corrupção, a espoliação, o desamor, o sentimento de superioridade, ainda faz parte do reino da Terra.

Eu queria voltar para a Grande Nave e Perci percebeu; eu estava triste com meu planeta. Vendo homens explorarem homens, assassinarem homens. FRATICIDAS.

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