Flamínio estava sempre com um sorriso nos lábios. Admirava suas vestes que, agora, me pareciam prateadas. Olhei para a minha bermuda Jeans e camiseta colorida; o velho tennis já meio amarelado e me senti um peixe fora d'água, continuava a contar para o Luís. Foi então que o nosso anfitrião, em largo sorriso me disse:
-Podemos sugerir que tenhas roupas adequadas; aqui usamos estas que podemos considerar um uniforme, enquanto em atividades, e, costumamos também utilizar batas confortáveis para momentos de refazimento e lazer; o que me dizes, quer experimentar uma delas?
-Claro que sim, respondi prontamente; me sentiria mais integrado.
-Tens alguma preferência para cores?
-Qualquer uma ... pode ser até o branco.
-Pois bem, se tivesses um corpo físico, como eu, te levaria a rouparia para que te servisses, mas, como o teu corpo é fluídico, basta que queiras e ela se apresentará.
Naquele instante lembrei-me do exemplo da "tabaqueira" que se materializou, contida no Livro dos Espíritos.
-E como eu faço isso? Perguntei-lhe confuso.
À um olhar de Flamínio, surgiu em um outro e menor monitor, algumas peças de batas, sapatilhas e toucas.
-Basta que escolhas.
Senti vontade de rir. Tudo parecia um sonho; e no sentido real da palavra, não era outro tipo de fenômeno.
- Aquela, apontei para a segunda, de cor alaranjada.
-E, agora, que queiras.
E eu quiz.
Imediatamente, acredite meu filho, ela me envolvia. Nos pés, uma sapatilha branca e a magnífica bata alaranjada. Nisso, Flamínio anunciava que estávamos adentrando à Grande Nave; faríamos os procedimentos de praxe no pavimento de chegada.
-E quais são esses procedimentos, perguntei curioso?
-Todos ligados aos mecanismos assépticos e de restauração dos fluidos elementares dos quais nos servimos, tais quais o O2 para vocês da Terra; o Nitrogênio para os jupiterianos é, tal qual, o Oxigênio para os terráqueos.
Dei-me, em parte, satisfeito com a explicação. Voltaria ao assunto mais tarde, já com o Uitonius.
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