T R A N S I ÇÃO

T R A N S I ÇÃO
Uitonius, um amigo de Júpiter.

domingo, 13 de março de 2011

Integração - Post 62

O relato já se estendia por mais de 1h. Toda vez que eu dava um sinal de encerrar as narrativas o meu filho fazia novas perguntas.

Como dizia, caminhávamos naquele imenso hangar em alguma direção que eu nem sequer suspeitava. Íamos, céleres, mas nada me impedia de admirar as naves estacionadas de forma, geometricamente alinhadas. Alguns danutos, este era o nome genérico dos seres, ainda irracionais que pelas explicações de Uitonius são animais de maior evolução do que os nossos aqui da Terra- se misturavam entre si em afazeres junto as naves; talvez, creio eu, serviços de manutenção e limpeza. Todos eram parecidos e, para mim, confundi-los com Fronius não era nada difícil.

Alguns deles me olhavam enquanto passava demonstrando afeição pelo simples olhar cálido e profundo. Vestiam uniforme diferentes, entre si; talvez para designar suas funções. Haviam, espalhadas pela área, algumas guaritas que por serem transparentes (tipo vidro) permitiu-me visualizar em seus interiores monitores diversos de tecnologia nunca observada por mim. Todas estas guaritas tinha em seu interior um ser que as monitorava; alguns louros -a grande maioria- outros ruivos e também de cabelos escuros. Todos altos e com corpos bem definidos; uniformizados (com macacões amarelados) e um emblema no braço direito que, na hora não consegui visualizar.

-Todos encarnados, supus, e não errei, pois mais tarde tive esta confirmação. E eu pensava: -Meu Deus, que mundo é esse!!!

-De repente Flamínio estancou em frente a enorme parede metálica e, para minha admiração, pois não haviam vestígios, abriu-se uma passagem; um mecanismo que me lembrou o mesmo da nave. Então foi que, realmente me deslumbrei. Entramos em um salão imenso; um imobiliário indiscritível de características nunca vista por mim, aqui na Terra. Eram sofás confortáveis de um tecido parecido com a pelúcia; todos em tonalidades variáveis do verde; mesas diversas que não tinham apoios no solo, cadeiras contorcidas de uma delicadeza inimaginável. 

No fundo do salão, uma enorme tela que a guiza de TV passava documentários diversos. Alguns, sentados, degustavam em um copinho que lembrou-me as taças para licor, um líquido, de diversas cores e comiam umas bolachinhas que me lembrou os sequilhos.

Entre estes haviam homens e mulheres.

-Falar delas é abrir uma nova órdem de predicativos jamais sonhada pelos nossos poetas; uma beleza tão natural, sem os artifícios do baton e do rouge sem citar o monte de cremes que conhecemos. Tal qual os homens, observei as louras, as ruivas e as de cabelos castanhos; a maioria dos cabelos eram soltos até a altura dos ombros, se bem que haviam algumas com cabelos presos e outros cortes, tipo channel.

E eu, como sou espada, me encantei!

Foi então que Lavínio se dirigiu a mim e disse:
-Guigui, Uitonius, dentro desta marca de tempo em que estamos, deverá estar chegando; ele já foi avisado que tudo transcorreu, como o planejado e, não costuma atrasar-se, portanto sugiro que nos sentemos e aguardemos.

- Perdoe-me não te oferecer um Amy (tipo da bebida que alguns estavam tomando) que é uma das bebidas preferidas dos patrícios de Júpiter, feitas a partir da salústia, uma frutinha cultivada em Zea, um satélite pequenino, ainda não conhecido pela astronomia da Terra; e não o faço porque, você bem sabe que não estás materializado, e portanto ...


-Refletindo depois percebi que embora não estivesse materializado pelo meu corpo físico, estava, contudo  com uma materialização espectral sustentada pelo ectoplasma de Flamínio. 

Paradoxo!!!

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