-Não, meu filho, aquele não era Uitonius.
-Eu não sabia se olhava para meu recepcionista, se analisava o ambiente que, até então, nunca vira nada igual.
-Senti então que ele se aproximou um pouco mais de mim e disse:
"-Meu amigo Guigui, eu sou Flamínio."
-Eu sorri e baixinho disse ser um prazer conhecê-lo. Ele notou o meu interesse por tudo; eu me aproximara do material que em tudo parecia estar presente.
"-Pode tocar, disse-me ele."
-E eu toquei com a ponta do dedo indicador; nas paredes, na mesa, no assento. Pareceu-me um material frio.
-É aço, perguntei?
-Ele sorrindo deu-me pequena explicação - fora dos meus conhecimentos - que eu fiz questão de não esquecer:
"-Não, esta é uma liga metálica interna; um pouco diferente da externa. É composta de alguns metais conhecidos na Terra por Rutênio, Paládio, Titânio e Platina, além do Letopercy, desconhecido de sua Ciência que, como o 44;44 dá maior durabilidade à liga, e do estabilizador molecular Calustio, condutor de luz em substituição aos antigos fios de cristais que abrigavam as fibras óticas de uso dantanho".
-Eu, apesar de não ser um afeiçoado à Química inorgânica, tudo compreendia. Parecia uma grande recordação. E eu perguntava e perguntava, não me fazia de rogado. Meu filho ria com minhas colocações.
-E o Flamínio, respondia a tudo ou se esquivava, perguntou-me?
-Qual! Parecia estar muito satisfeito com a minha curiosidade. Mostrou me artefato metálico que se encaixava na cabeça; tipo de meia-coroa e, mentalmente, comandava toda a dirigibilidade e sustentabilidade da nave.
-Coisa de outro mundo! - Falou, sorridente meu filho.
-Sabe, disse ao meu filho, entre a parte interna da nave e a externa, existe uma rede anastomótica, tal qual uma micro-vascularização energética que absorve o pensamento extrínseco de comando e se encarrega da execução. Meu filho estava de boca aberta; tal qual eu havia ficado. Flamínio me revelou, também, que nem todas as naves são dos mesmos materiais. Dependendo da atmosfera de um Orbe em que atue, elas se diferenciam. São outras energias; cada globo tem a sua; e de forma igual, quando as distâncias a percorrer são grandes, necessitam de estruturas para anular o espaço-tempo em navegação através da matéria-escura.
-E o que é a matéria escura? perguntou-me de imediato.
-São enegias. São detectadas pelos efeitos que produzem, e por isso a chamam de energia e matéria escura. São forma secundárias do Fluido Universal; não deixa de ser matéria, entende?
-Ele fez um sinal indecifrável, com a cabeça e eu me arrependi da minha estupidez em querer oferecer um ovo para que colocasse de pé.
Nenhum comentário:
Postar um comentário