T R A N S I ÇÃO

T R A N S I ÇÃO
Uitonius, um amigo de Júpiter.

quinta-feira, 10 de março de 2011

Carnaval - Nada melhor para descanso mental- Post 57

Aproveitei as férias do meu filho -apenas três dias em Santos- para tomarmos um chopinho na orla da praia. Ele sempre se interessou pelas minha investidas nos campos onde muitos sugerem a neurose.

Falamos sobre várias coisas e, como eu já esperava, a implacável pergunta:

-E o que me dizes da experiência com o Uitonius?

Eu acho que nada mais justo falar alguma coisa a ele, em primeira mão.

-E o que você quer saber, especificamente?

-Tudo - respondeu sorrindo -, nada mais ou menos que tudo.

-Precisamos separar assuntos, entende? Senão vamos ter uma grande salada.

-Bem...eu já entendi o processo do fenômeno natural ocorrido nos minutos em que o sono fisiológico, se bem que podemos considerá-lo assim, representado por um tempo bem maior, um mês, mais ou menos, com a experiência em si, não é?

-Sim, respondi concordando.

-E, então ... quando você se viu em outro lugar, que não seu carro, o que  passou, o que viu? Alguém o esperava? Onde?

Ele ia continuar a perguntar; coisas que eu perguntaria se estivesse no lugar dele.

-Vamos por partes, OK?

-Eu esfregava os olhos, no carro e ao abri-los me vi em um local desconhecido. Era um ambiente ... um átrio circular cujo raio deveria ter uns 10 metros, mais ou menos. Estava sentado em uma saliência que fazia parte do próprio ambiente. Era como se o assento -se é que podemos chamar aquilo de assento, ou que for- saísse da parede, uma única peça. Tudo era anexado ao ambiente. Os assentos, uma mesa cheia de peças estranhas, um grande visor parecido com uma tela de pc, a alguns metros do chão. Tudo parecia ter luz própria a exalar dum material parecido com o aço inoxidável. Um ser me olhava e sorria. Alto (talvez dois metros), ombros largos. Lembrou-me um jogador de basquete.

Mais à direita, entretido com alguns aparelhos, um outro ser bem diferente. Tinha, não mais que 1,50m, pele escura com pelos curtos, tal qual de um dálmata, vestia uniforme grudado ao corpo. Tinha braços finos e mão com quatro dedos. Lembrou aquelas figuras dos ET que tanto vemos rolar pela Internet.

-O primeiro, que me sorria, tinha cabelos avermelhados, olhos azulados e dentes alvos. Vestia um macacão ajustado ao corpo. Talvez um uniforme, pensei. Saudou-me gentil, sem tocar-me:

" Bem vindo meu novo amigo."

-Eu, tentei retribuir, com algumas palavras à boas vindas, mas só consegui, sorrir.

-Todo aquele ambiente me pareceu o mesmo, ou similar, aos de filmes que invadiram nossos cinemas, de um tempo para cá, sobre naves alienígenas. Eu, espantado, ainda, procurava, inconscientemente, por detalhes; e ele continuava a sorrir-me.- Enfim, falou-me:

" Vamos então para a Segurança?"

-Para onde, perguntei-lhe, quebrando meu silêncio?

-Segurança é o nome da Grande Nave que nos apoia; estamos em uma pequena de resgate e exploração, entende?

-Claro ... claro!

-Percebeu que eu me perguntava sobre o outro companheiro, quem seria?

-Este é o nosso Fronius.

-Ao falar tal nome, o homenzinho ou etezinho me encarou e fez pequeno ruido com os pequenos lábios. Seus olhos grudaram-se nos meus e me senti como se ele estivesse se apresentando. Uma sensação agradabilíssima.

-Fronius é nosso cooperador; tecnicamente treinado para missões junto a crosta terrestre, há décadas. Tenho-o por fiel servidor e companheiro.

Eu, apenas sorri.

Meu filho me escutava atentamente. Pediu outro chopp e mastigou uns amedoins.

-E aí, vocês foram? Para onde? Para a Nave Segurança? Aquele era Uitonius?

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