T R A N S I ÇÃO

T R A N S I ÇÃO
Uitonius, um amigo de Júpiter.

sábado, 17 de março de 2012

NGC 4011 - Universos Paralelos - Parte II

Vosso  conceito  de  um  espaço  e  de  um  tempo  absolutos,  universais,  sempre  iguais  a  si  mesmos,  corresponde a  uma
orientação  puramente  metafísica,  que  inconscientemente  matemáticos  e  físicos  introduziram  em suas  equações.  Esse  ponto de
partida, totalmente  arbitrário, vos levou a conclusões erradas; colocou-vos diante de fenômenos que se transformam em enigmas,
perante contradições sem saída e conflitos insanáveis; de todos os lados, cerca-vos o mistério. Na realidade, somente encontrais,
como vos disse, um tempo e um espaço relativos, cujo valor não ultrapassa o sistema a eles relativo. Mas há mais. Eles são apenas
medidas de transição, em contínua transformação evolutiva
Ao lado do princípio da trindade existe outro, que lembramos ao ilustrar o conceito monístico do universo, para estudar a
gênese e a constituição  das formas dinâmicas. É dado pela “lei da dualidade”. Esta considera não o reordenar-se da unidade em
sistemas coletivos superiores, mas sua íntima composição. Acima da unidade está o 3, em seu interior está o 2. Isto no sentido de
que a individuação não é jamais uma unidade simples, mas sempre um dualismo que, em seu aspecto estático, divide a unidade em
duas partes, do ser e do não-ser, em duas metades inversas e complementares, contrárias e no entanto recíprocas, antagônicas mas
necessárias.  Em  seu  aspecto  dinâmico  é  um  contraste entre  dois  impulsos  opostos,  que  se  movem  e  se  balanceiam  em  um
equilíbrio instável, que continuamente se desloca e se renova. É um ciclo feito de semiciclos, que se perseguem e se completam. É
uma  pulsação íntima, segundo  a  qual  a evolução  avança. Este  dualismo  é  o binário,  guia e canaliza  o movimento, sobre o qual
avança a  grande  marcha  do  transformismo  evolutivo;  tanto  que,  sob  esse aspecto,  concebe-se  uma  cosmogonia  dualista.  O
monismo é dualista em seu íntimo devenir. Esse é seu ritmo interior; essas as duas margens da estrada, ao longo da qual avança o
fenômeno,  não retilíneo mas sempre  oscilando sobre si mesmo. Dupla é a respiração de todo fenômeno: fase de inspiração e de
expiração; dupla sua pulsação: centrífuga e centrípeta; duplo seu movimento no avançar e retroceder. A evolução é realizada por
esta  íntima  oscilação  e,  por  força  dessa  oscilação,  progride.  O  devenir  é conseguido  por  esse  íntimo  contraste.  O  movimento
ascensional  é a resultante  desse jogo  de impulsos e contra-impulsos entre duas margens invioláveis, de onde o movimento volta
sempre  sobre  si  mesmo.  O  fenômeno  caminha  pelo  escorar-se  mutuamente  dessas  duas  forças-metades  que  o determinam.  O
movimento genético da evolução é constituído por essa íntima vibração, que transmuda o ser em outra forma.
Essa lei de dualidade a encontrais em toda parte. Cada unidade é dupla e se move entre dois extremos, que são seus dois
pólos.  Os sinais +  e - estão  em  toda  parte e  o  binômio reconstrói  a  unidade,  que sempre  vos  aparece como  um  par:  dia-noite,
trabalho-repouso,  branco-negro,  alto-baixo,  esquerdo-direito, frente-atrás,  direito-avesso, externo-interno, ativo-passivo, belo-feio,
bom-mau,  grande-pequeno,  Norte-Sul,  macho-fêmea,  ação-reação,  atração-repulsão,  condensação-rarefação,  criação-destruição,
causa-efeito,  liberdade-escravidão,  riqueza-pobreza,  saúde-doença,  amor-ódio,  paz-guerra,  conhecimento-ignorância,  alegria-dor,
paraíso-inferno,  bem-mal,  luz-trevas,  verdade-erro,  análise-síntese,  espírito-matéria,  vida-morte,  absoluto-relativo,  princípio-fim.
Cada adjetivo,  cada coisa  possui  seu  contrário;  cada  modo  de  ser  oscila entre  duas  qualidades  opostas.  Cada  unidade é  uma
balança entre esses dois extremos e equilibra-se neste seu íntimo princípio de contradição. Os extremos tocam-se e se reúnem. As
diferentes  condições  em  que  o princípio  do dualismo se  move,  produziram  todas  as formas  e combinações  possíveis,  mas  elas
equivalem-se como princípio  único. A  unidade é  um  par. O  universo  é monismo  em seu conjunto,  dualismo no particular: uma
dualidade que contém o princípio de contradição e de fusão ao mesmo tempo; que divide e reúne e, a cada forma do ser, dá uma
estrutura  simétrica  (princípio  de  simetria);  dá ao desenvolvimento de cada  fenômeno uma  perfeita correspondência  de  forças
equilibradas. Também o dualismo corresponde a um princípio de “equilíbrio”, é o momento do princípio de “ordem”, fundamental
na  Lei.  O  que  define a  unidade em  sua  íntima  estrutura  é  sua construção  interior;  o  que  garante a estabilidade  do  devenir
fenomênico  e torna inviolável sua trajetória, não  é apenas o princípio de inércia, mas esse desenvolvimento de forças antitéticas
que, no entanto, atraem-se e mantém aquele devenir unido e compacto. É um ir-e-vir, mas em campo fechado, cujos limites não se
pode ultrapassar. Se não fora o movimento equilibrado por esse contínuo retorno sobre si mesmo, o universo se teria deslocado há
muito,  todo  ele  numa  só  direção  e  teria  perdido  seu  equilíbrio.  Ao  invés,  a evolução  é  uma  íntima auto-elaboração,  um
amadurecimento,  devido  a  um movimento  que, regressando sobre seus  passos  e fechando-se sempre sobre si mesmo, como uma
respiração,  muda a forma e externamente  permanece  imóvel,  além  dos  limites  dela;  a cada  movimento  um  ritmo que  muda  o
fenômeno, sem poder sair dele, invadindo e alterando os ritmos de outros fenômenos. Este princípio de antítese e de simetria, que
sem cessar divide e reúne, reúne e divide, podemos chamá-lo monismo dualista e dualismo monista. O positivo vai + e volta -; o
negativo  vai - e  volta  +,  em  constante  inversão  de sinal  e  de  valor. Combinai  e  multiplicai  este  princípio  com  o  das  unidades
coletivas e vereis como o universo está todo unido num indissolúvel abraço

Fontes bibliográficas: Pietrus// Palestra em A Segurança
-P. Ubaldi// Cornélio/ Vachamor/

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